7 de abril de 2013

Entrevista com Fabio M. Barreto

Todo mundo preparado pra mais uma entrevista aqui no Perdidas
Então vamos conferir as perguntas e respostas do autor de Filhos do Fim do Mundo, o escritor Fabio Barreto!

Entrevista com Fabio M. Barreto

Carolina Akemi: Quais foram suas maiores inspirações na literatura para escrever seu livro?
Fabio: Essa resposta tem menos a ver com nomes e mais a ver com jornadas, Carol. Cada inspiração literária te acompanha pela vida toda, é difícil desassociar um escritor que você gosta muito das suas decisões, seja na vida ou na hora de escrever. Tenho uma lista bem pequena de autores favoritos e criei uma relação bem próxima a eles (um deles, felizmente, já tive a chance de entrevistar e, em breve, vou vê-lo novamente). Em especial com o Neil Gaiman. Esses caras te mostram como grandes histórias podem ser contadas de jeitos totalmente diferentes, basta você encontrar o seu (e, claro, algo totalmente diferente do deles, senão fica chato, né? :p). Então, viver cercado de livros de Isaac Asimov, Gaiman, Charles Dickens (Adoro "Grandes Esperanças") e Saramago me transformou num leitor bem exigente e, espero, um autor capaz de honrar os ensinamentos dos meus professores. :D 
Fernanda: Qual foi a principal dificuldade para o lançamento do livro? Você tinha algum medo em relação à isso (vendas, aceitação, etc.)?
Fabio: Estar longe do Brasil foi meio chato, Fernanda. Todo mundo pode fazer noite de autógrafos, participar de debates e tal. Não pude fazer nada disso por estar tão longe, gostaria que tivesse sido diferente, mas foi só o primeiro livro, então precisávamos medir o interesse de vocês. Sobre vendas e aceitação, todo mundo fica curioso, afinal, a bola de cristal só existe na aula de Oclumência, mas esse não foi o meu objetivo. Decidi apostar nessa carreira para contar histórias e é isso que precisa, e vai, me guiar: compartilhar essas doideiras com o leitor. Venda é importante, claro, não estou dizendo o contrário, porém, sabe o ditado: quem vive pelo sabre de luz morre pelo sabre de luz? Então, autor que escreve só pela grana ou pelo glamour não chega a lugar nenhum... ou se chega, é sem construir nada além de um monte de receitas pré-fabricadas.

Alexandre: Você já pensou em transformar "Filhos do Fim do Mundo" em um primeiro livro de uma série, onde o repórter seria o personagem principal de todas as novas aventuras? Acho que seria bem interessante, visto que o livro tem tido críticas positivas. 
Fabio: Muita gente pergunta isso, Alexandre. Sinceramente, não vejo uma série. Há espaço para uma continuação bem mais "sci-fi" do que Filhos, porém. Tenho outras ideias para series. Acredito muito que as coisas devem realizar o propósito para o qual foram criadas. "Filhos" é um livro solo e tem cumprido seu papel. Ficar inventando razão para protelar, por razões externas à necessidade da história, nem sempre é um bom caminho.

Tays Costa: Uuaauu o livro é demais! Gostaria de saber de onde o Fábio tirou a ideia de não dar nomes aos personagens. Se foi uma dificuldade driblada ou um recurso para colocar o leitor dentro da realidade do livro. 
Fabio: hehe Foi as duas coisas, Tays. Nossos nomes informam muito sobre o que podemos ser, porém, eles não determinam quem somos! Nossas ações fazem isso. Queria criar uma história aplicável em qualquer parte do mundo, então, como fazer isso se o personagem principal é Thomas Ruppert ou Carlos do Passaquatro? E se ele come pastel e anda de metrô no Brás? Não dar nomes garante essa amplitude e resolveu esse problema de não poder, e nao querer, localizar a trama. É uma história global, não um drama brasileiro, americano, inglês, etc. E quem me deu essa solução foi o mestre Saramago. Ensaio Sobre a Cegueira é um dos melhores livros que li na vida, então, quando resolvi meu problema, fiquei feliz por poder homenagear o mestre.

Adriane Rod: O que você está lendo ultimamente?
Fabio: Acabei de ler "Odd e os Gigantes de Gelo", com a minha filhinha Ariel. Estou lendo "O Sol Nasce para Todos", do Hemmingway, Adriane. E já comprei ingresso para o evento de lançamento, e cópia autografada, de "Ocean at the End of the Lane", o novo do Neil Gaiman! Tô doido para ler!

Vinicius Gomes: Como será o fim do mundo na sua opinião? Será como o apresentado no livro?
Fabio: Como é que eu vou saber, Vinicius? :D O fim do mundo pode acontecer a qualquer momento, de qualquer forma. Imaginei uma que servisse à minha história e mandei bala. Não sei se algo assim poderia acontecer, mas morri de medo quando escrevi o prólogo, por isso continuei a história. O importante é eu me envolver e, com sorte, achar outras pessoas que se envolvam do mesmo modo. Muita gente tem mania de descontar a frustração de não ter se identificado com a história no autor, mas demora, e requer muito auto-conhecimento, entender que nem todo livro serve para cada um de nós e, o fato de não gostarmos, não transforma a obra em algo ruim. Ela só não foi feita (ou não serve naquele momento da sua vida) para você. Mas, voltando ao fim, meu fim do mundo vai acontecer no dia em que fechar os olhos pela última vez. Até lá, quero aproveitar, fazer amigos e curtir a jornada com meus leitores! (é, ainda é estranho dizer "meus leitores"").

Perdidas: O enredo do livro me lembrou muitos filmes apocalípticos produzidos por Hollywood. Quando você estava escrevendo, pensou na possibilidade do seu livro ser adaptado para o cinema?
Fabio: Essa vai ser a resposta mais curta daqui: CLARO! :) Já fiz o curta-metragem com o prólogo e, sim, há planos de irmos para a TV, em princípio.

Perdidas: Você é um dos criadores da Jedi.com, uns dos eventos mais famosos entre os geeks (é, eu sou uma). Você já pensou em produzir algo para esse grupo de leitores, como por exemplo, livros sci-fi no estilo Star Wars?
Fabio: Criar a JediCon foi algo bem legal e definiu minha vida, pois fiz isso ao lado de grandes amigos. :D Ficção Científica é o meu gênero favorito e quero produzir muito nesse aspecto. O próximo livro já vai ser mais "descarado". Filhos foi meio comportado e mais realismo fantástico. 
Perdidas: Você esta trabalhando em algum novo projeto? Conte pra gente!
Fabio: Estou produzindo, escrevendo e dirigindo 4 filmes. The Flower Shop (http://www.soshollywood.com.br/theflowershop), meu curta-metragem do coração; "Those Yellow Eyes", uma ficção científica adaptada de um romance de FC brasileiro; e dois títulos ainda sigilosos. Todos curtas-metragens. Também estou envolvido numa série online, também sigilosa, com o amigo e roteirista Beto Skubs. Em termos de literatura, estou escrevendo "Snowglobe", o próximo romance. Deve sair no ano que vem! :D

Perdidas: Se você tivesse que escolher um livro (o seu não vale) que ninguém deveria ficar sem ler, qual seria? 
Fabio: Deuses Americanos, do Neil Gaiman. Sem pensar duas vezes. :D

15 comentários

  1. Adorei as respostas do Fabio Barreto. Supersimpático! Confesso que até então não havia sentido vontade de ler o livro que ele escreveu. Mas vou agora mesmo acrescentá-lo a minha lista.

    Beijos

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  2. Ótima entrevista, perguntas pertinentes e inteligentes, parabéns para os entrevistadores e sucesso para o Fábio, ele merece.

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  3. Ótima entrevista.
    Perguntas pertinentes e inteligentes.
    Parabéns aos entrevistadores e sucesso para o Fábio, ele merece.

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  4. Oiee, conhecendo o escritor e sua obra aqui e gostei muito do que li a respeito, gostei de sabe que o livro não se trata de uma série, penso que agora todos querem escreve série, rsrs, tá gosto de séries, contudo tem livros que merece continuação e outros não, outra coisa que me deixa desanimada como leitora é a ansiedade que fico com a continuação.
    Gostei de sabe que leu o livro e gostou, espero ter essa oportunidade também e de me sentir da mesma forma que vc.
    Beliscões carinhosos da Máh-
    Felicidades nos Livros
    @Maaria_Silvana

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  5. Muito legal a entrevista e com ótimas perguntas, gostei!
    Beijinhos
    Renata
    Escuta Essa
    http://www.facebook.com/BlogEscutaEssa
    @blogescutaessa

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  6. Muito bacana esse livro dele, legal saber mais do autor e da obra.
    Muito boa essa entrevista!

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  7. Parabéns pela entrevista!
    É sempre bom conhecer um pouco mais sobre os autores.
    Achei suuper interessante o Fábio não ter dado nomes aos personagens, uma ótima forma de tornar a leitura bem abrangente =)

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  8. Parabéns meninas pela entrevista ta cada vez melhor hein ;)
    Adorei conhecer um pouquinho mais do Fabio, muito simpático né..Estou doida pra ler o livro dele que esta sendo bem comentado tanto positivamente como negativamente por isso não vejo a hora de ler e tirar minhas próprias conclusoes...Bjus

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  9. Adorei a entrevista!
    gostei de conhecer mais sobre o autor e pretendo ler o livro dele :)

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  10. Adorei a entrevista, ótimas perguntas :)

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  11. nossa que legal a entrevista ficou muito bacaninha, curti!!!parabens

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  12. Muito massa essa entrevista. O Fábio pelo jeito não para, né?!?! Rsrsrs
    Pelo jeito, o Fábio vai nos brindar com belos projetos em breve, seja na literatura, cinema ou TV. Vou aguardar ansioso.

    @_Dom_Dom

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  13. Adorei a entrevista!! Não conheço o escritor mas vou conferir o trabalho.
    Parabéns meninas!

    Beijos
    http://www.devoradoradelivros.com.br/

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  14. Gostei bastante da entrevista.. ele ter feito de seu livro, um único livro foi muito bom, por diversas vezes vejo livros que tinham tudo para ser espetaculares e ficaram medianos no decorrer de uma série..

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  15. Gostei bastante da entrevista, eu concordo com ele livros que não tinham a intenção de ter continuação tem que ser assim até o fim porque a história pode ficar chata.
    beijos

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