13 de junho de 2014

Quem Teme a Morte por Nnedi Okorafor

Autora: Nnedi Okorafor
Editora: Geração
ISBN: 9788581301594
Ano: 2014
Páginas: 412
Classificação: 

Numa terra devastada por uma hecatombe nuclear, uma jovem e misteriosa mulher com o incomum nome de Onyesonwu – que pode ser traduzido como Quem Teme a Morte – descobre que tem superpoderes e foi escolhida para salvar a humanidade. Este seria um romance distópico como qualquer outro se não transcorresse na África e sua autora não fosse a surpreendente Nnedi Okorafor, elogiada pelo prêmio Nobel nigeriano Woyle Soyinka. Fantasias, batalhas, tradições e alta tecnologia, sonhos, visões, discriminação racial e sexual, tudo se mistura numa narrativa tensa e poética que confere uma nova linguagem para os romances do gênero. 

Quem Teme A Morte me surpreendeu! Não esperava muita coisa desse livro e acabei surpreendido. Ótima história, num ritmo impressionante e com um suspense bem planejado, o livro agrada fácil amantes de aventuras.

Okekes e Nurus eram as duas raças que habitavam a África nessa história; os Nurus eram característicos de ter peles mais brancas e os Okekes as peles mais escuras. A briga entre as duas raças se baseia desde o Grande Livro que é onde se encontra toda a religião do povo africano, e nesse livro diz que os Okekes nasceram para ser escravos dos Nurus. Ani, é a grande deusa desses povos, é a ela que todos recorrem com pedidos e orações.

O livro nos conta a história de Onyesonwu, uma menina nascida fruto de uma violência. Sua mãe foi violentada por um homem da tribo rival, os Nurus. Os filhos frutos de um estupro entre um Okeke e um Nuru, recebiam os nomes de Ewu. As pessoas Ewus eram consideradas perigosas dentro de uma sociedade, pois acreditavam que quem fosse fruto de uma violência não poderia conter tal mal dentro de si mesmo. E era fácil reconhecer um Ewu, porque eram os únicos que tinham a cor da pele marrom mais claro e olhos na cor mel. 

Onye é uma jovem muito cabeça dura, não escuta ninguém nem seus próprios pais; só que ela sabe que é diferente. Episódios estranhos já aconteceram com ela durante sua infância, e é o que ela nos conta no início do livro; como ela fez o pai dela respirar mesmo depois de morto e acordou no meio da noite em cima de uma árvore, sem saber como chegou até lá. Onye é dotada de poderes que nem todos tem, e com a ajuda de seu companheiro durante toda sua história, Mwiita, ela descobre que é uma Eshu (pessoa que consegue se transformar em outras formas, animais e etc) e tem uma outra coisa que a atormenta: Um olho vermelho a vigia quase todas as noites. Mas de quem será esse olho? Ninguém sabe ainda, mas o que ela sabe é que o olho a deseja morta. 
Como já disse antes, o livro consegue manter um ritmo bom, sempre com uma surpresa, um suspense a mais que faz com que você não perca o interesse na leitura. E com muitas "bizarrices".
Uma que me chamou a atenção foi o rito dos onze anos, pelo qual Onye quis passar para deixar ser um vergonha para sua família (mesmo que sua família não acreditasse nisso) e ser considerada uma cidadã de Jahwir. Neste rito ela conhece três meninas que serão suas melhores amigas no decorrer do livro: Binta, Diti e Luyu. O rito em si, consiste em cortar com uma faca uma parte do clitóris das meninas, para que elas não sintam prazer ao fazer sexo (a faca que usam é encantada por um feiticeiro), e o feitiço só é quebrado quando elas se casam. 

Em meio as reviravoltas do livro, Onye conhece Aro (um feiticeiro que ensina Mwiita) e como ela sabe que é especial, ela deseja ser treinada por ele para conhecer os Pontos Místicos, que só os feiticeiros de verdade podem conhecer e aprender. E depois de muitas recusas, Aro resolve ensinar Onye, mas para aprender os Pontos Místicos ela teria que passar por um ritual para ser aceita, e esse ritual pode levar a pessoa até a morte. Só o que ela não sabia é que, o único jeito de passar nesse ritual é morrendo. Logo, Onye vivencia sua própria morte antes mesmo de acontecer, e todos nós leitores já ficamos sabendo que ela morrerá apedrejada, só não se sabe quando. 
Uma contadora de histórias chega na cidade, e conta as coisas horríveis que vem acontecendo com o povo Okeke por toda a África. Os estupros continuam, as escravizações e ainda diz que uma profecia estava para acontecer: um jovem feiticeiro iria mudar a história da África para sempre e iria reescrever o Grande Livro. Onye sente que não deve ficar parada e assistir essa chuva de sangue que vem ocorrendo, e decide partir para o Oeste (cidades Nurus) e lutar. Quando ela embarca nessa aventura, Aro (seu mestre) diz que a profecia na verdade se referia a uma feiticeira, o que deixa subentendido que Onye é essa feiticeira. 

O livro é realmente legal, como eu disse, me surpreendi muito! Mas parece que no final as coisas começaram a se perder; tudo começou a ficar muito brutal e exagerado. Todos sabemos que estupro é uma coisa horrível e percebemos logo no início que esse livro combate essa ideia, só que vemos estupros a toda hora no livro! Uma coisa que Nnedi conseguiu fazer muito bem foi chocar o seu leitor. Os seus personagens acabam perdendo características principais e a essência de cada um. O livro só não ganhou cinco estrelas pelo exagero em muitas partes.
Quem Teme A Morte, mostra o que há de pior em um ser humano, mas mostra também que sempre há uma salvação. 






13 comentários

  1. Como você disse, sou amante de aventuras( nos livros ).
    E acho que gostaria de ler .Apesar de ser um tema bem forte.

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  2. Oi Diego, acho que foi a segunda resenha que li deste livro, e gostei do que li. Apesar de toda a violência que pelo visto existe no livro, vou querer ler.
    Bjs, Rose.

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  3. A história em si parece ser muito legal, os personagens envolventes e tudo mais, mas o final... por isso fiquei na dúvida, mas saber que sempre há uma salvação contou vários pontos a favor.
    Beijocas ^^

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  4. Adorei o fato de uma história com a Africa como cenário. Parece realmente ser um livro incrivel, pena que tem esse pequeno probleminha de a autora ou autor não sei, se perder um pouco no final. Realmente o tema também é bem polêmico. Os nomes são dificeis né?rsrs
    Fiquei curiosa pra ler.

    Bjok

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  5. Quero ler esse livro. Ainda não li nenhum livro ambientado na África. É interessante o assunto que abordado no livro, pena que a autora exagerou um pouco.

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  6. Diogo!
    Um enredo que tem como princípio uma criatura com nome tão estranho e é destinada a salvar a humanidade, traz grande interesse de minha pare na leitura.
    Uma pena que achou o final do livro um tanto corrido e brutal.
    cheirinhos
    Rudy

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  7. Nossa, que tema forte. Estupro por si só ja choca, imagina varios estupros no livro. Mas, tirando isso, gostei. E não é só na ficção que as meninas tem o clitoris cortado para nao sentir prazer, triste saber qeu nos dias atuais, acontecem em varios locais desses paises ainda.

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  8. Eu adorei o enredo desse livro, é completamente diferente do que eu estou acostumada, então desde que vi o livro pela primeira vez já quis ler! !

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  9. Nossa, eu já tinha lido uma resenha sobre esse livro, mas a sua foi detalhada demais!! Parabéns! Adorei. Me lembrou muito outro livro, Belle. Pretendo ler o mais rápido possível!

    Um beijo,
    Lê.

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  10. Parece ser uma excelente aventura!! Apesar de tratar de temas fortes e polêmicos e conter alguns exageros, parece que a autora conseguiu conduzir bem a trama. Fiquei com vontade de ler.

    Beijos!!

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  11. Não entendi o motivo do livro não se chamar Onyesonwu, já que ele significa a mesma coisa do título do livro, enfim...
    A história parece muito boa, principalmente vindo de uma escritora que ganhou o Nobel nigeriano...bateu a curiosidade na leitura.

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  12. Primeira vez que leio algo a respeito deste livro e fiquei muito curiosa. O tema me parece perfeito e a história me conquistou. Espero conseguir ler e ver se realmente é bom. Beijos.

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  13. Tai um livro que na curiosidade de ler... Já vi criticas positivas e negativas sobre ele... e a vonatade de ler so aumenta...

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