4 de outubro de 2014

Entrevista com Gleice Couto

Vocês já conheceram o trabalho da autora Gleice Couto aqui no Perdidas na nossa coluna sobre novos autores. E agora, terão a oportunidade de saber um pouco mais sobre ela.
Todos prontos para mais uma entrevista aqui no Perdidas? Então chega mais!

Perdidas: Como blogueira, você já conhecia as dificuldades que os autores normalmente encontram no mercado editorial brasileiro para se lançarem. Você teve medo de enfrentar esse mesmo problema quando decidiu lançar Picta Mundi, ou já estava preparada para o que teria de enfrentar, devido ao conhecimento que você adquiriu na área como blogueira?

Gleice: Aí é que está, como blogueira eu não tinha nenhuma noção, eu achava que sabia o quanto era difícil escrever um livro, encarar o processo de produção de um livro, se lançar no mercado editorial. Tudo o que eu achava que sabia, caiu por terra, aos poucos. É bem mais difícil e complexo do que parece. Ter a oportunidade de passar por tudo isso foi um aprendizado enorme, mas, antes de tudo, uma lição de humildade.

Perdidas: A maioria dos autores ao se lançarem tendem a escrever livros voltados para um público mais adulto, que tem um poder de compra maior e portanto consegue alavancar as vendas do livro com mais facilidade. Porém, você escreveu para um público mais jovem - entre 12 e 14 anos. Você teve medo de não ter a aceitação desses leitores mais jovens e não conseguir atingir um bom número de vendas?

Gleice: Escrever para público jovem é sempre um desafio, porque você tem que, além de conquistá-lo, conquistar os pais. Também, é um público muito seletivo, que, apesar de jovem, não quer ser associado a “coisa de criança”. Quando decidi escrever Picta Mundi não parei para analisar faixa etária x ou y, a história caminhou naturalmente para o público juvenil. Até hoje, as idéias que tenho para os próximos livros continuam passeando entre os 12 até 18 anos. Na época, não sabia o motivo disso.
Hoje, analisando melhor, acredito que tenha relação com a intensidade de sentimentos que os jovens têm. Por ser uma pessoa passional, adoro ver o mesmo nos outros.

Perdidas: Você começou como blogueira e agora é blogueira e autora. Como é estar agora do outro lado da moeda? Você passou a entender alguma coisa relacionada ao mundo dos autores agora, que não poderia imaginar quando era apenas blogueira?

Gleice: Então, como respondi na pergunta 1, eu achava que sabia muita coisa, e depois vi que não sabia era de nada (rs). Mas foi um processo interessante. Da mesma forma que sempre disse que um autor somente sabe o que é ser um blogueiro (e a importância do blogueiro) quando é/foi um; acredito que o mesmo vale para o blogueiro/autor: somente quando passar por todo esse processo que ele efetivamente saberá como é tentar publicar um livro. E aí, terá uma visão completamente diferente sobre blogar e falar sobre o seu amor por livros.

Perdidas: Acredito que a última Bienal, realizada em São Paulo, foi um bom termômetro para você conseguir medir a repercussão do seu trabalho. Como foi essa experiência pra você?

Gleice: Única! Nunca, mas nunca, nunca, nunca poderia imaginar que seria do jeito que foi! Muita gente me abordando por conta de Picta Mundi e do vlog que, se comparado aos números de acesso do meu blog, é bem humilde! Pessoas me parando para tirar foto, esmagar, conversar. Foi muito gratificante. A interação entre inscritos e vlogueiro é muito mais palpável. As pessoas realmente agem como se te conhecessem, chegam falando como velhos amigos. E adoro isso!

Perdidas: Você esteve presente em todas as etapas do processo de criação e produção do seu livro?

Gleice: Desde a capa até forma de distribuição? Ou teve a ajuda de alguém? Sim, estive presente em todas as etapas (revisão, diagramação, capa, mkt, id visual, booktrailer, ilustrações, site) e contei com ajuda de pessoas maravilhosas. Picta Mundi tem uma mãe, apenas; mas muitos pais. Não chegaria até aqui senão tivesse contado com a ajuda de pessoas talentosas e generosas que se doaram ao trabalho por acreditarem nele.

Perdidas: Qual foi o fator determinante para você decidir publicar o livro?

Gleice: O “não” que recebi no concurso da Fantasy para a segunda fase. Acho que há sim o momento para ser paciente e esperar por respostas das editoras, mas também há o momento em que você tem que agir se realmente acredita no trabalho que desenvolveu. E tudo conspirou para coincidir com esse momento. Vi Deus trabalhando tremendamente em cada passo que dei. Hoje, olho para trás e percebo
que agora, sim, estou pronta para publicar Picta Mundi. A Gleice de final de 2012 (quando tinha acabado de escrever a primeira versão de PM) não estava. A espera foi longa e dolorida, mas Deus estava no comando todo o tempo.

Perdidas: Quais foram as suas influências literárias que moldaram a sua escrita?

Gleice: Acho que absolutamente tudo que li e não só livros de que gostei, mas até os de que não gostei (rs). Atualmente, tenho como referência Kenneth Oppel, Cornelia Funke, George R R Martin e Daniel Handler.

Perdidas: Como surgiu a ideia de mexer com o imaginário das pessoas em relação aos quadros?

Gleice: Quando assisti ao filme Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban. Aquela interação magnífica dos quadros ficou por anos na minha cabeça até eu saber o que fazer com ela. E então, a pergunta surgiu: E se existisse um mundo dentro de quadros?

Perdidas: Se você tivesse que escolher um livro (o seu não vale) que todo mundo deveria ler antes de morrer, que livro seria e por que?

Gleice: Ai, que difícil! Só um? (rs) *meia hora pensando...* Isso não é pergunta que se faça!
*mais meia hora*
Vale série, né? (rs) Escolho As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R R Martin.

E ai pessoal? Gostaram de conhecer mais sobre a Gleice?! Contem pra gente!!

11 comentários

  1. adorei o post! *--*
    é dificil mesmo todo este processo. eu estou podendo acompanhar agora uma amiga que está lançado o seu livro... nunca imaginei o quanto era difícil todo este processo...
    ela parece ser uma fofa!! *--* hehe

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  2. Gostei sim de conhecer um pouco mais sobre a Gleice Couto.
    E mais ainda da sinceridade da autora em nos explicar que é muito difícil lançar um livro e de escrever para um público mais jovem.
    Que ótimo que ela conseguiu!!!!

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  3. Ainda bem que ela usou um não para se fortalecer e ir atrás do sonho.
    Bjs e sucesso para ela.
    Bjs, Rose.

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  4. Adorei saber mais sobre a Gleice! O livro dela é um dos que estão na minha lista de desejados com certeza, mesmo sendo voltado pra um público mais jovem do que eu rs E Gleice, ótima escolha de livro pra todo mundo ler antes de morrer!

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  5. Adoro conhecer novos autores. E a Gleice foi muito simpática na entrevista, já me conquistou e irei comprar em breve o livro dela!

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  6. Muito interessante..
    eu já conhecia um pouquinho sobre o livro.. parece ser bem interessante..
    já sai do juvenil.. mas confesso que volta e meia eu gosto de ler histórias
    voltadas para esse público..

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  7. Muito legal ver mais uma autora brasileira conseguindo seu espaço no mercado editorial. O que achei interessante foi a Gleice falar um pouco sobre o quão surpresa ela ficou com o processo de publicação do livro. Acho que aquela frase se encaixa perfeitamente: "A prática é completamente diferente da teoria". Só posso desejar sucesso à Gleice em todos os seus processos.

    @_Dom_Dom

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  8. Muito bom ver que o trabalho da Gleice esta dando resultado. Picta Mundi já esta em minha lista de desejados tem um tempinho e quero muito Ler o mais breve possivel. Gostei de saber de onde surgiu a ideia dos mundos nos quadros... quando vi a premissa do livro foi exatamente o que lembrei.. os quadros interagindo em hogwarts.

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  9. O legal dessa autora é que ela utilizou o não que deram pra se fortalecer e ir em busca dos seus objetivos. Parabéns, ela é dina de muita admiração!

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  10. Adorei a entrevista! É sempre super interessante conhecer o ponto de vista dos novos autores brasileiros sobre o mercado, de como é essa imersão no mundo editorial, passando de apaixonados por livros para um novo patamar, o de autor. São relatos assim que permite à muita gente continuar sonhando e lutando para ser escritor no Brasil ^^

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  11. A Gleice é muito simpática, adorei conhecer mais sobre ela.
    O livro Picta Mundi já esta na minha lista de desejados a um tempinho, falta só a grana. rs

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