24 de junho de 2015

Objeções de um Rottweiler Amoroso por Reinaldo Azevedo

Autor: Reinaldo Azevedo
Editora: Três Estrelas
ISBN-10: 8568493025
Ano: 2014 

Páginas: 168
Classificação: 
Não tenho o olhar pidão, não espero que passem a mão na minha Cabeça, não me esforço para ganhar o afeto de estranhos e, sempre que acho relevante, parto para a briga. Mas falo, não rosno. Escrevo, não lato. Debato, não intimido. Assim o jornalista Reinaldo Azevedo responde nesse livro aos que o Classificaram Como um rottweiler desde a sua estreia Como Colunista da Folha de S.Paulo. Os textos do jornalista, marcados pela escrita vibrante e 0 debate Vigoroso, são hoje leitura obrigatória, seja para os que Compartilham de suas posições, seja para os que a elas se opõem. Para uns e outros, o jornalista reserva a surpresa de seu olhar inconformista e de sua crítica sem amarras. Objeções de um rottweiler amoroso reúne as Colunas do jornalista publicadas na Folha desde 2013,nas quais aborda episódios Centrais da Vida polílica brasileira, como 0 julgamento do mensalão, o governo Dilma e as eleições de 2014. Sobre os textos, diz ele na introdução inédita: Não os escrevi Com o objetivo de Convencer quem quer que seja [. . .]. Eu os escrevi porque traduzem 0 que penso e porque, Creio, ao fazê-lo, amplio o espaço da liberdade.

Como jornalista de formação, é comum que eu leia alguns livros de colegas da área para saber como eles escrevem e assim aprimorar a minha técnica. Foi exatamente por isso que decidi ler essa coletânea de textos do jornalista Reinaldo Azevedo. 


Logo na introdução o autor explica o por quê deste título. Trata-se de uma "resposta" a uma crítica da jornalista Miriam Leitão que criticou a contratação do autor pelo jornal Folha, dizendo que o jornal passava a ser mais de direita com a contratação do autor. 


"No dia 3 de novembro, Mirian Leitão, em artigo em O Globo, aderiu à metáfora de rabo e quatro patas. (...) 'Recentemente, Suzana Siger foi muito feliz ao definir como rottweiller um recém contratado pela Folha de São Paulo para escrever uma coluna semanal. A ombudsman usou essa expressão forte porque o jornalista em questão que escolheu esse estilo. Ele já rosnou pra mim várias vezes, depois se cansou, como fazem os que ladram atrás das caravanas'."

Ao meu ver, o autor ficou "mordido" com a crítica e resolveu utilizar o livro como direito de resposta. 
Até ai tudo bem, pois todos tem direito de resposta... o problema mesmo, pelo menos pra mim, foram os textos. 

Existem alguns jornalista que eu acho que pensam que para terem seu trabalho reconhecido... para terem seus textos elogiados, precisam utilizar todo o repertório do dicionário. 
Se você pode utilizar uma linguagem mais simples para transmitir a mensagem, por que rebuscar? 
Vejam bem esse parágrafo que separei. Olhem quantas palavras que nunca utilizamos são colocadas no texto. 

"Os shoppings, chamados de templos de consumo por bocós dos clichês superlativos, seria a expressão mais evidente e crua do fetichismo da mercadoria, uma estrovenga que sedizentes marxistas não conseguem definir sem engrolar incongruências e abstrações inanes."

Ok. Ele esta escrevendo para o público da Folha de São Paulo, ou seja, um público teoricamente mais elitizado, mas sério... precisa disso? Vivemos em uma era do imediatismo, onde as pessoas precisam pegar as informações de primeira. Já foi o tempo em que as pessoas podiam sentar durante a manhã inteira para ler o jornal do início ao fim e ficar repassando o texto durante vários minutos a fim de reter o real significado das palavras do jornalista. É possível passar a mesma informação sem abusar das palavras que a maioria das pessoas nem mesmo conhecem. Sejamos objetivos!

Jornais tem públicos alvos, ok. Mas também deveriam ser democráticos. A informação precisa ser democrática.

Os outros problemas foram os textos selecionados. Não são textos como os de Veríssimo, que em seus livros pega vários textos sobre a vida cotidiana e junta em um livro com o mesmo tema, tais como Comédias da Vida Privada ou As Mentiras que os Homens Contam.
Os textos de Reinaldo são textos basicamente sobre política. E textos sobre política ficam velhos; precisam ser contextualizados; e se você não sabe o que motivou aquele texto... fica perdido. Ou a leitura se torna chata. (Ou como meu colega escreveria... enfadonha)

A maioria dos textos criticam Dilma e o PT, ou seja, para quem não conhece o passado do jornalista, pode parecer que o livro tem como objetivos:
1. Responder as críticas da Miriam que afirmou que ele era de direita
2. Criticar o atual governo, que é de esquerda.

Parece meio tendencioso, não? Acho que o autor teve uma escolha infeliz na hora de escolher os textos, pois como ele fica o tempo todo criticando o governo, a presidente e tudo relacionado ao partido, parece que ele só esta ali para te convencer que o sistema atual não presta. Não que ele esteja errado. Não cabe a mim decidir isso, mas fica chato... você termina um texto e quando começa o outro já sabe que vem mais paulada no governo.

Sinceramente, achei o livro chato, sem objetivo e apenas um livro para responder as críticas e promover o jornalista, mas que não acrescentam em nada pois os temas já são passado.


10 comentários

  1. Natália, é sempre importante lermos livros da nossa área e é lógico que eles não vão nos agradar sempre, mas acontecem.
    Acho que pra quem gosta ou é da área vale a pena.

    Lisossomos

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  2. Olá, Natália.
    Eu gosto muito de política, mas não senti a mínima vontade de ler o livro. Primeiro porque concordo com você. excesso de palavras rebuscadas dificulta a informação e demonstra que o autor precisa falar bonito para que as pessoas "achem" que ele está falando algo (normalmente não está). Além disso, concordo com você que temas políticos ficam velhos.
    Aliás, ao ler a resenha do livro, fiquei com a impressão que a Miriam Leitão tinha razão.

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    1. Sinceramente, não sei se a Mirian tinha razão, pois apesar de ser da área não me considero uma seguidora deste jornalista para avaliar o trabalho dele, mas que eu fiquei com essa mesma impressão...confesso que fiquei.

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  3. Eu acho que já passaria longe desse livro só pelo título rs achei um horror >.< também concordo com você que a objetividade vale muito e que esses autores que ficam enchendo linguiça com muitas palavras difíceis só se prejudicam.

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  4. Definitivamente esse livro é chato!
    Acho que a intenção do autor foi a de mostrar que possui um vocabulário que ninguém mais usa. Aff!
    A única salvação de tudo,foi a capa.
    Que lindo filhotinho!

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  5. Oi Natália, este eu passo completamente.
    Bjs, Rose.

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  6. Esse livro nao me interessou nem um pouco...

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  7. Muito bom o post! Critica a um livro que normalmente nao vemos em blogs literários e gostei muito da suas colocações. Você falou tudo ao escrever: "A informação precisa ser democrática". Pelo que li, além de usar palavras estranhas, o autor ainda focou apenas em assuntos que apenas quem acompanha seu trabalho é capaz, talvez, de entender o que o livro quer passar.
    Obrigada por sua opinião sincera e critica.

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  8. Já não é o tipo de leitura que normalmente me agrada e depois dessas "referências"... agora é que vou passar bem longe mesmo. Mas falta não faz, porque minha lista está interminável!
    Beijos.

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  9. E tanta gente assumindo que, além de nenhuma curiosidade, tem preguiça de abrir não digo o dicionário, mas o próprio google...

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