13 de agosto de 2015

Leviatempo por Maxime Chattam

Autor: Maxime Chattam
Editora: Bertrand Brasil
ISBN-10: 8528618951
Ano: 2015 
Páginas: 420
Classificação: 


Um dos 10 autores de maior sucesso na França, com 500 mil exemplares vendidos por ano Na Paris da Belle Époque, Guy de Timée é um romancista de sucesso vivendo o drama da página em branco. A fim de encontrar inspiração para escrever um romance noir, ele sai de casa, deixando mulher e filha, e se aloja no sótão de um bordel no coração da cidade. O Boudoir de soi é uma casa respeitável, frequentada pela alta burguesia parisiense, e Guy logo se torna amigo das residentes do local. Uma noite, uma das jovens prostitutas é encontrada morta ao lado do bordel; horrivelmente curvada, transpirando sangue e com os olhos completamente negros. Auxiliado pela cortesã Faustine e pelo complexado inspetor Perotti, Guy assume uma violenta e sangrenta investigação que leva a outros assassinatos e corpos encontrados em condições semelhantes. Seria obra do Diabo? Qual o propósito sombrio desse assassino de mulheres? Dos círculos esotéricos da Cidade Luz às maravilhas arquitetônicas da Exposição Universal de 1900, Leviatempo é um romance surpreendente no qual o protagonista, ao tentar seguir os passos de Arthur Conan Doyle, acaba se tornando, ele próprio, uma espécie de Sherlock Holmes.

Essa é a história de Guy de Timée. E ele é um covarde.

Vejam bem...não sou eu que vos digo isso, mesmo concordando com a afirmação...
Quem afirma tal coisa é o próprio Guy de Timée.

Guy é um romancista que perdeu a inspiração. Após fazer sucesso, ele virou um aristocrata. E no meio de tantas pessoas  prepotentes e que vivem em um mundo perfeito, ele passou a sentir-se preso, vivendo uma mentira e perdera a inspiração.
Por isso, uma bela noite, ele pega as trouxas dele e sia de casa deixando mulher e filha. Sem dar ao menos uma adeus. Quanto mais uma explicação para a pobre mulher...logo...ele é um covarde.
Pois ao invés de enfrentar a situação que o contrariava, ele preferiu fugir.

Ele aluga um sótão em um bordel de Paris. Lá, vivendo entre as prostitutas, ele espera se esconder da família da mulher e entrar em contato com o submundo da humanidade a fim de se inspirar e tornar-se o novo Sr. Arthus Conan Doyle.
Sim. O autor de Sherlock Holmes é citado no livro como fonte de inspiração para Guy.

Uma noite, Guy é acordado por Faustine, uma cortesã de luxo do prostíbulo. Ela está coberta de sangue e pede que Guy a siga imediatamente, pois uma grande tragédia aconteceu: sua amiga e também cortesã Milaine foi brutalmente assassinada nas escadarias do bordel.

A morte de Milaine não pode ser descrita de outra forma além de  bizarra.
" Deitada de lado, estava horrivelmente curvada, com a cabeça jogada para trás; o cabelo cobrindo uma parte do rosto. (...)
Os braços estavam apertados contra o peito.
Ele afastou as mechas que escondiam o rosto de Milaine.
Guy levou um susto e sentou-se com o coração disparado.
Os lábios de Milaine estava repuxados em cima das gengivas brilhantes de sangue, os dentes maculados pelo fuido púrpura, os maxilares cerrados. Essa paródia de sorriso abominável a deixava assustadora, mas não era nada se comparado ao seu olhar.
Os olhos eram duas bolinhas pretas. O branco do olho havia desaparecido completamente. Assim deformada, Milaine parecia um demônio descido diretamente de um vitral que profetizasse o Apocalipse." 

A polícia deveria cuidar do caso, porém, os policiais não parecem querer levar a diante a investigação. Na verdade, eles demonstram que farão de tudo para ocultar esse caso do resto de Paris. Afinal, ninguém se importa com uma meretriz... mas ao que parece, Milaine não fora a primeira...
Guy começa a investigar por conta própria e contará com a ajuda de Faustine (que era muito amiga da vítima e uma mulher de muita fibra) e Perrotti, um jovem investigador que era um dos amantes de Milaine.

Logo, Guy percebe que essa história macabra pode ajuda-lo a voltar a ter inspiração para um romance, porém, Guy que até então tinha a pretensão de se igualar a Sr. Arthur Conan Doyle passará a assumir mais o papel de um Sherlock Holmes em Paris.

Esse é um daqueles livros que além de te envolver com a história propriamente dita, te dá uma aula de História. Quando você termina a leitura, pode jurar que esteve realmente em Paris no século XIX e sente que adquiriu uma cultura diferenciada.
No rodapé do livro existem várias notas de lugares de Paris, pessoas influentes da época e explicações de acontecimentos que marcaram essa sociedade, dos quais você nunca ouviu falar na época do colégio, mas que se depois tiver a curiosidade de colocar no Google (eu fiz isso várias vezes) verá que a História que conhecemos e aprendemos na escola é muito superficial.

A narrativa é um pouco lenta no início, pois você precisa se acostumar com a maneira de narra uma história da época, mas depois de acostumado, a leitura flui com naturalidade. E a história é desconcertante, pois você acaba se vendo envolvido em uma série de assassinatos macabros. Mas como Guy não é um detetive, sua lógica não é a de um policial que se atenta aos fatos. Ele se preocupa muito em traçar a personalidade do assassino. Em entrar na mente dele. Coisa de romancista, sabe?

Isso é ruim? Não. Só é diferente.
Eu demorei muito a ler este livro, mas não porque ele é ruim. Pelo contrário! Estou bastante impressionada com o enredo dessa história e em como o autor conseguiu interligar todos os elementos para manter o mistério até o fim. O problema foi uma ressaca literária que se abateu sobre a minha pessoa. =(
Eu queria descobrir o final da história, mas ao invés de ler 100 páginas em um dia (que é o meu normal), eu lia apenas 50. E olhe lá!
Por isso, acabei demorando para finalizar essa leitura.

Realmente é um livro indicado para os fãs de Sherlock Holmes e vale à pena ficar de olho nas obras desse autor. Eu pelo menos ficarei...




10 comentários

  1. Eu adoro livros que contém assassinatos, crimes em geral e, principalmente mistérios. Vendo essa resenha, pude perceber que o livro contém tudo isso, fazendo com que eu me atraísse pela obra. Apesar de ter um começo lento, o livro aparenta ser ótimo!

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    1. O começo é lento porque você vai encontrar certa resistência com a linguagem um pouco mais formal do que os livros atuais. Mas a história não é lenta. O assassinato de Milaine é logo no início do livro!

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  2. Gostei do livro, uma historia com um assassinato misterioso e com isso Guy se anima para voltar a escrever. Legal que se passa em outro século, assim sabemos mais sobre essa época e sobre os lugares. Pena que o começo é lento, mas mesmo assim parece que a leitura vale a pena.

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  3. Gosto muito de livros do gênero. E fiquei bastante interessada em lê-lo.
    Como já li alguns livros de Sherlock Holmes,e gostei bastante,tenho quase que certeza que vou amar a leitura.
    Ótima dica essa que nos deu! :)

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  4. Mistérios e assassinatos sangrentos me deixa bastante concentrado na leitura ótima resenha me interessei muito para ler o livro e conhecer mais seus personagens e a sociedade dessa época que se passa a historia.

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  5. A minha lista de desejados está enorme e no momento só estou adicionando os livro que eu realmente quero ler e que mais me chamou atenção, e apesar desse livro parecer otimo acho que eu não iria apreciar tanto, mesmo assim obrigado pela dica

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  6. Olá, Natália.
    Eu achei a premissa do livro bem interessante. Aliás, o fato de o protagonista ser um romancista já é uma coisa bem diferente.
    A morte realmente é bem macabra. haha Só por isso já leria o livro.
    Adorei a dica.

    Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de agosto. Serão dois vencedores.

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  7. Como já li Sherlock Holmes , acho que eu gostaria de ler este livro , parece um livro que realmente vele a pena ler .
    Parabéns pela resenha !
    Bjos

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  8. Oi Natália, não conhecia o autor e se você está dizendo que os fãs de S.Holmes vão gostar, então com certeza vou querer dar uma conferida.
    Bjs, Rose.

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  9. Nossa, acho que esse livro tem tudo para me agradar. Ainda mais sabendo que o autor entra bem na mente do personagem. Adoro quando isso acontece pela oportunidade de conhecê-lo mais profundamente, quase sentir como ele. Amei a resenha!

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