20 de novembro de 2015

Conecte-se ao que Importa por Pedro Burgos

Autor: Pedro Burgos 
Editora: LeYa Brasil
ISBN: 9788580447453
Ano: 2014
Páginas: 224
Classificação: 
Conecte-se ao Que Importa - Um número cada vez maior de empregos envolve olhar para o computador o dia todo e fazer hora extra com o celular. E quando não estamos fazendo isso, no trabalho, muitos de nós temos uma telinha de smartphone no bolso, uma TV 'inteligente' na sala, um notebook no quarto ou um iPad para levar à cama ou ao banheiro. Se passamos tanto tempo com objetos tecnológicos conectados, é preciso saber como se relacionar com eles e como não gastar tempo ou dinheiro demais. Será que o limite de 140 caracteres do discurso no Twitter e a opção única de 'gostar' no Facebook mudam de alguma forma o nosso discurso e relações? Qual o impacto da multitarefa na nossa produtividade? Existe algo como uma overdose de informação? Estamos perdendo a privacidade ou, pelo contrário, tendo relações cada vez mais superficiais? Há muitas perguntas no ar e poucas respostas definitivas porque passamos por um daqueles raros momentos da história em que a tecnologia muda profundamente a vida das pessoas. E de maneira incrivelmente rápida. Das definições de transtornos psiquiátricos às regras de etiqueta tudo está mudando. Mais importante do que dar soluções para o que nos aflige nas relações com a tecnologia, devemos refletir, debater e compartilhar as melhores práticas. Precisamos pensar sobre os objetos que nos acompanham o tempo todo e como de fato melhorar a nossa vida enquanto estamos permanentemente online. É o que se propõe Conecte-se ao que importa - um manual para a vida digital saudável. 


Sempre gostei muito de redes sociais, internet e todas as novidades que a tecnologia e a rede proporciona aos usuários. Até pouco tempo, mais precisamente até ler este livro, eu era o tipo de pessoa que não podia descobrir uma rede social nova que já tratava de me cadastrar lá; para onde eu fosse, tirava fotos dos locais e fazia check in no foursquare direto.

Com isso, sempre vivia conectada e até um pouco estressada. Era comum me ouvir reclamar que eu tinha milhares de coisas para fazer e não conseguia dar conta. Muitas das vezes eu ia para a cama e continuava a ver as fotos postadas no Instagram ou o facebook através do meu smartphone ao invés de estar dormindo. 

Um colega no trabalho é completamente o oposto de mim. Ele (pasmem!) não tem nem internet em casa. Ok... ele passa mais tempo no trabalho do que em casa, e lá tem internet, mas conhecendo um pouco ele, percebe-se que ele realmente vive outra filosofia de vida. Um dia ele chegou e disse; “Natália. Eu sempre te vejo com um livro nas mãos, e eu tenho um livro que você precisa ler.”

Como eu não sou mulher de negar livro, aceitei prontamente o empréstimo e sem saber, acabei entrando em uma terapia. Uma espécie de rehab.

Pedro Burgos, o autor deste livro era mais viciado em tecnologia e redes sociais do que eu. Um dia ele percebeu que a forma como lidamos com esse mundo tecnológico que vivemos conectados 24h por dia atualmente estava nos deixando muito estressados, sem tempo para fazer nada, nos enchendo de informações inúteis, ao invés de nos ajudar a nos conectar melhor com as pessoas e economizar tempo.

Através das páginas deste livro, ele vai nos explicando passo-a-passo através de uma conversa como se fosse um amigo tentando expor um ponto, que nós precisamos fazer uma auto avaliação da maneira com que lidamos com o mundo da tecnologia.


“...conectado, o tempo todo, a um celular de distância dos meus amigos e do trabalho, estava mais ansioso, menos atento, menos sociável (apesar dos mais de 2 mil amigos nas redes sociais) e, em última instância, mais gordo.” - página 8


O jornalista mescla a narrativa com experiências pessoais e estudos científicos, sociais e antropológicos, para provar que não estamos lidando da maneira correta com esse novo mundo hiperconectado e que estamos deixando de aproveitar momentos importantes por estarmos mais preocupados em fotografar a viagem pra Europa do que realmente curtir a viagem.


Apesar de termos milhares de amigos no facebook, quantos você realmente encontra no mundo real? E o que exatamente é o mundo real hoje em dia? Estamos cada vez mais ligados ao “virtual”, não conseguindo desassociar o seu perfil virtual de quem você é. A maior prova disso são as empresas que tem passado a monitorar o perfil de seus candidatos a emprego e funcionários e que podem inclusive usar o que foi postado on line para lhe demitir. Estamos tão viciados em informação, que não podemos ficar sem checar o status do facebook para saciar nosso ego de sermos “curtidos” nem quando estamos na mesa de bar com os amigos, sendo necessário criar uma “brincadeira” de deixar os celulares no centro da mesa e o primeiro a sucumbir a tentação de dar aquela conferida, ter que pagar a conta. Onde esta o contato humano nisso, se não estamos de fato presentes na conversa? Se não estamos com nossa atenção focada no que esta realmente acontecendo ao nosso redor?


Enquanto escrevo essa resenha, meu celular esta ao meu lado e avisa que tenho uma nova atualização. Uma nova curtida... um novo comentário... um novo e-mail…

Se todas as vezes que isso acontecer eu parar para verificar, eu não estou utilizando meu notebook e a internet para agilizar meu trabalho e ganhar tempo, mas sim estou fragmentando a minha atenção e meu trabalho. Com isso, surge a geração super ansiosa que temos hoje (no qual eu me incluo) que não consegue ficar parado. Que morre de tédio se ficar 5 minutos em silêncio, sendo necessário voltar a atenção para a tela do celular a procura de algo que a distraia. A geração viciada em distração.


“Apesar de algumas pesquisas sugerirem que a internet ajuda a aumentar as conexões sociais, a nossa pesquisa mostra o oposto: o uso da mídia e da tecnologia tem correlação elevada com o isolamento e retiro.” - página 44


Quantas vezes você já teve a sensação de que passou muito tempo em frente ao computador e que “desperdiçou” toda a sua folga? Esse remorso tem sido uma sensação muito comum e muito mais recorrente em pessoas ligadas a tecnologia do que outras formas de entretenimento. É dificil achar alguém que diga: “Nossa, acho que eu passei tempo demais lendo este livro.” Por quê? Parem e pensem...


Pode não parecer, mas em alguns países, esse problema da hiperconectividade das pessoas já é visto com um problema de saúde pública. Quem nunca viu uma matéria de um adolescente coreano que morreu depois de ficar horas conectado jogando. Pois é…


“É comum vermos reportagens mostrando o quanto o vício pelo cigarro custa aos cofres públicos em forma de tratamento gratuito, ou quantas vidas perdemos no trânsito por causa de motoristas bêbados, mas é um pouco difícil quantificar o prejuízo do uso das novas tecnologias. Quando o Google trocou  o seu logo por uma tela jogável do clássico Pac-man, em 2010, em todo o mundo, as pessoas gastaram, somadas, 4,8 milhões de horas. Os especialistas da RescueTime fizeram as contas: a economia “perdeu” US$135 milhões em horas produtivas durante o horário comercial”.


Nós realmente precisamos saber de tudo que esta acontecendo em todas as partes do mundo? Com todos os nossos amigos do facebook? Isso causa um excesso de informação que acaba nos deixando mais estressados por “sempre acharmos que estamos perdendo algo” e cria o mal da geração Y: a grama do seu vizinho é sempre mais verde.
Como ficamos observando as atualizações de nossos “amigos”, a vida deles parece sempre linda e maravilhosa, enquanto a nossa esta bem abaixo das nossas espectativas. Com isso, temos uma geração inteira de jovens desgostosos com o rumo de suas vidas, suas carreiras... culpa de quem? Das redes sociais e dessa vida paralela e perfeita que construimos, mas que não é a realidade.
Quer entender melhor essa teoria? Então clique aqui.

Já deu pra perceber que o autor passa por vários termos relacionados e que no final do livro você esta repensando toda a sua vida digital, né? Foi uma verdadeira rehab para mim. Diminui bastante o uso das redes sociais e não posto mais tantas fotos sobre a minha vida para manter a minha privacidade.
Estou tentando não ficar mais desesperada por atualizações e, como eu disse, anteriormente, meu celular continua “apitando” para me informar que tenho notificações, mas não verifiquei essas atualizações até agora... é uma evolução!

Agora percebo que esse meu colega no trabalho comprou esse livro especificamente para mim, pois não tem a menor necessidade para uma pessoa que nem internet tem em casa. Isso mostra que eu realmente precisava dessa intervenção e preciso anotar de agradecê-lo…

Vale muito a leitura para que possamos avaliar nosso envolvimento com a tecnologia e realmente aprender a aproveitar o melhor que ela tem a nos oferecer sem nos tornarmos reféns dos problemas que ela pode causar.


6 comentários

  1. Realmente as redes sociais, internet e as tecnologias estão dominando a vida das pessoas. Dificilmente se vê pessoas conversando nas ruas, ônibus etc.... Geralmente estão no celular, com fone no ouvido e por aí vão vivendo o mundo virtual. Se expondo cada vez mais para as pessoas ficarem sabendo de suas vidas, não gosto de me expor nas redes sociais e pego no pé dos meus filhos para não fazerem o mesmo, mas é difícil rs. Acho que o livro ajudaria muito, para desligarmos um pouco desse mundo virtual e ficarmos mais no mundo real.

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  2. Olá, Natália.
    Geralmente, não leio livros de autoajuda, mas esse vai para a lista, sem dúvidas. Apesar de não ser tão ligado ao meio digital assim, passo uma semana sem postar em redes sociais se for preciso e não morro, ainda acho que estou demais nas redes. Então, acredito que essa me seria uma leitura interessante. Principalmente porque o autor mescla conhecimento de vida a conhecimentos científicos.
    Ótima resenha.

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  3. Infelizmente é verdade, estamos cada vez mais sendo engolidos por esse mundo digital... inclusive estou sendo agora, porque estou no computador, e meu celular está ao meu lado... eu poderia estar com os amigos ou lendo um bom livro... :/ triste realidade... mas por mais que eu esteja imersa, sinto mais pena das crianças de hoje em dia, que nunca vão saber o que é brincar na rua, etc... pelo menos isso eu tive :(

    Beijo!

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  4. Natália!
    Pois é, hoje a situação anda mais complicada do que nunca...
    Gosto da internet e das redes sociais, não tenho dúvida, mas não deixo de fazer nada por causa dela, nem ando fuçando toda hora. Estipulo dois horários por dia para os telefones e tablet e a maioria do tempo é no pc em casa mesmo.
    Quano saiu, levo mais o telefone só para tirar fotos, mas não deixo de curtir o passeio ou o maridão por causa disso.
    Tem se tornado uma doença mesmo.
    “Sem a música, a vida seria um erro.”(Friedrich Nietzsche)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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  5. Embora não seja um dos temas que eu leio, gostei do tema abordado no livro, as pessoas realmente estão ficando cada vez mais dependentes das tecnologias atuais e esta se tornando um vício.

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  6. Nossa, acredito que eu devo ler esse livro, pois como você era, eu sou, estou sempre conectada nas redes sociais, e acredito que lendo esse livro, vai me ajudar a viver mais a vida real, e dar conta de tudo que tenho pra fazer ao invés de ficar na internet, sua resenha está muito boa e pretendo ler esse livro em breve.

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