11 de agosto de 2013

Entrevista com Samanta Holtz

Samanta Holtz - escritora
O Pássaro é seu livro de estreia, e foi muito bem aceito pela crítica e blogueiros. Agora, você se prepara para o lançamento de Quero ser Beth Levitt, mas nos diga: pra você, qual livro foi mais desafiador na hora de escrever? O Pássaro por ser o primeiro e você querer que tudo saísse conforme imaginava; ou Quero ser Beth Levitt pela expectativa que agora existe dos fãs?
Olá! Em primeiro lugar, quero agradecer pelo convite a esta entrevista. 
Sim, a pergunta traz dois pontos muito importantes: cada um dos meus livros publicados apresentou um desafio completamente diferente, para mim. “O Pássaro” por ser o “abre alas”, poderia me fazer conquistar muitos leitores ou, ao invés disso, poderia gerar algum tipo de difamação, decepção ou outro sentimento negativo que gerasse preconceito aos demais (tanto com editoras quanto com leitores). E, agora que (felizmente!) ele mostrou ter um resultado positivo nos leitores e blogueiros, vem o desafio de me manter dentro ou acima da expectativa dos leitores com meus novos trabalhos – que é o caso de Quero ser Beth Levitt! Acredito que o desafio maior não foi tanto na hora de escrever, e sim na hora de publicar, divulgar e acompanhar a reação do público, pois “O Pássaro” é, na verdade, meu terceiro livro escrito (tenho outros dois anteriores a ele, que ainda não são publicados) e “Quero ser Beth Levitt” já estava em andamento quando publiquei “O Pássaro”. Então, não existiu essa pressão na hora criativa... imagino que vá existir agora, enquanto escrevo meu novo romance (que já está em andamento!).

Em O Pássaro, você opta por um desfecho inesperado e até trágico. Essa sempre foi a sua ideia, ou apenas pareceu ser o melhor desfecho para a história conforme você foi escrevendo?
(Atenção: pode conter spoiler!) Alguns dos meus livros, escrevi com plena certeza de como seria o começo, meio e fim – embora, ainda assim, alguns detalhes essenciais sempre vão nascendo ao longo da criação. É o caso de “Quero ser Beth Levitt”, por exemplo. Já em “O Pássaro”, quando eu o escrevi, eu lembro que não tinha ainda definido como seria o final. Sabia o começo, o meio... e o final era um ponto de interrogação. Então, continuei escrevendo, fui me deixando levar pela história e Caroline foi se mostrando uma guerreira com muito mais força do que eu poderia ter previsto. Então, aos poucos, fui tendo a ideia de escrever o final da forma como está hoje... em um primeiro momento, pensava “Mas será? Não seria extremo demais?”. E, quanto mais pensava nessa possibilidade, mais eu achava que combinava com Caroline, pois ela não é uma mocinha comum de contos de fadas; ela é uma batalhadora, e merecia um final nobre e digno da personalidade dela! Concordo que tem um lado bastante triste (eu choro toda vez que releio!), porém, é o final que o livro merecia!

O quanto de você foi doado a Caroline (O Pássaro) e para Amelie Wood (Quero ser Beth Levitt)? Até onde essas personagens são parte de você?

Não criei nenhuma delas inspirada em mim mesma, porém, acho que isso é algo que o escritor faz sem perceber. Embora as duas personagens sejam muito diferentes, consigo enxergar partes de mim em cada uma delas. Eu me vejo na ambição de Caroline em buscar seus sonhos, em seu senso de justiça, na intolerância à desigualdade e na capacidade de, em alguns momentos, sacrificar seus desejos em prol do próximo. E, em Amelie, eu me vejo na forma serena de ela levar a vida, sem se envolver em discussões e brigas, e em como ela prefere enxergar a vida pelo lado positivo, acreditando que tudo está no caminho certo, mesmo quando o cenário é desfavorável. Posso, sim, dizer que tenho um pouquinho das duas – ou que cada uma tem um pouquinho de mim!

Provavelmente, todas as suas leitoras, ao lerem seu novo livro, irão desejar ser Beth Levitt. Mas e você? Já pensou em ser Beth Levitt?


Puxa... a garotinha dentro de mim que sonhava encontrar o “príncipe encantado da Disney” nunca cresceu! (risos) Sou uma eterna sonhadora! Falando sério, agora: acho que alguns sonhos nunca morrem. E Amie deseja ser Beth Levitt justamente porque, no livro que ela lê (cuja personagem é a Beth Levitt), Beth tem uma vida simples e vê tudo se transformar de repente com a chegada inesperada de um príncipe. Acho que todas nós guardamos, lá no fundo, esse desejo de que a nossa vida aparentemente normal se transforme, subitamente, em algo extraordinário! Esse desejo existe quando penso em mim mesma me tornando uma escritora renomada. Existe em uma garota que estuda medicina e se vê curando grandes casos difíceis e realizando pesquisas revolucionárias na saúde. Existe na estudante de Artes Cênicas, que se visualiza estrelando uma novela da Globo... ou seja, não precisamos ser bailarinas ou pensar em um príncipe propriamente dito para entendermos o sonho da Amelie, pois acho que todas nós o compartilhamos dentro da nossa realidade!

Você ainda esta envolvida com o lançamento de Beth Levit, logo, não deve estar escrevendo nada, porém, já tem algumas ideias rabiscadas no papel para um próximo livro?
Sim! Eu já tenho um novo livro em andamento – porém, você tem razão: com o lançamento do novo livro, a escrita anda bastante lenta! Porém, já escrevi mais de metade da nova história e, assim que eu retomar, será uma questão de meses até eu concluir e mais algumas semanas para eu fazer minhas revisões. No entanto, também tenho planos de um novo romance, ainda, e também em revisar o primeiro livro que escrevi, “Renascer de um Outono”. Vou decidir com carinho qual será o próximo projeto no qual trabalharei para vocês, mas, de uma coisa, podem ter certeza: vem mais Samanta Holtz por aí!!

Como surgiu o desejo de tornar-se uma escritora?
Não sei explicar o momento em que ele surgiu. Acredito que ele já existia em mim e, na verdade, eu apenas o encontrei! Desde pequena, eu criava histórias em quadrinhos, livrinhos com histórias e desenhos, textos, contos, poesias. Sempre amei estar com um lápis e um caderno nas mãos. Acredito que cada um de nós nasce com um dom, e cabe a nós decidirmos o que fazer com ele. Podemos deixá-lo morrer em nós ou desenvolvê-lo. Felizmente, estou conseguindo, pouco a pouco, usar este dom lindo que Deus me deu e transformar em algo bom!

Qual era o seu maior medo no início? Não ser aceita pelo público, ou não conseguir ver seu sonho de publicar um livro concretizado?
Antes da publicação, meu medo era não conseguir publicar. Cheguei a pensar seriamente, muitas vezes, que não conseguiria – afinal, entre começar o primeiro romance e publicar o primeiro livro foram quase 10 anos de tentativas e esperas! Uma coisa, eu já havia decidido: que, mesmo que eu jamais publicasse uma só página, eu jamais deixaria de escrever, pois é algo que eu amo. E não fazia unicamente pensando em quando publicaria, e sim porque não conseguia ficar sem fazê-lo! Ainda assim, era meu sonho conseguir publicar, e eu desejava isso do fundo do meu coração, mais que qualquer outra conquista. Depois que a publicação de “O Pássaro” foi definida, passadas as comemorações, veio o medo da aceitação do público. “O que acharão da minha história? Do meu texto? Do meu final? Será que fui muito ousada? Será que cometi muitos erros?”. Sou extremamente perfeccionista e começava a me torturar com questionamentos assim. Porém, à medida que o livro foi lançado e as opiniões positivas surgiram, fiquei muito mais tranquila e confiante.

Quais autores inspiram você?
J.K. Rowling, pela história de vida dela até conseguir a publicação – ela também, como muitos outros autores, sofreu várias recusas e não se deixou desanimar, mesmo com um histórico de vida pessoal também abalado. Eu me inspiro não somente na vida dela como na forma encantadora que ela escreve, que prende o leitor ao livro! Também admiro muito Randy Pausch, autor de “A Lição Final”. Adoro a visão de mundo que ele tinha, a forma de encarar a vida, e o livro maravilhoso que ele escreveu, um verdadeiro legado! E, quando falamos em criadores, não posso deixar de história o grande Walt Disney, que começou como um sonhador e terminou como um mestre!

Se você tivesse que indicar um livro (os seus não valem) que todo mundo deveria ler antes de morrer, qual seria e por quê?
Uau, um só? E não podem ser os meus, que maldade! (risos) Brincadeira. Bem, tem vários e vários que eu poderia indicar, então, ao menos, vou indicar um nacional e um estrangeiro! Pode ser? (rs) Estrangeiro, vou seguir a linha da minha resposta anterior: “A Lição Final”, de Randy Pausch. É um banho de água fria em nosso pessimismo, em nossa “rabugice”, em nossas reclamações. A gente mergulha na linda forma de ver e viver a vida que Randy dividiu com o mundo em seus últimos meses de vida, e se coloca a perguntar: “do que, afinal, eu estou reclamando? E POR QUE, afinal, eu estou reclamando tanto?”. Um nacional, eu diria “O Diário de um Mago”, de Paulo Coelho. Pois, além da linda história da trajetória dele, existem muitos ensinamentos e pensamentos neste livro que podemos levar para a vida toda.

O blog abre espaço para que você possa deixar uma mensagem para os seus leitores. Fique à vontade!
Mais uma vez muito obrigada por aceitar o convite!
Beijos!

Querida, agradeço imensamente pelo convite a esta entrevista! Vocês, meus amigos, parceiros e leitores, são a grande razão desse meu sonho existir – e persistir. Quero dizer que estou planejando lançamento de “Quero ser Beth Levitt” em diversas partes do Brasil; já está programado no Rio de Janeiro, na Bienal, onde estarei nos dias 31/08 e 01/09 (estande da editora Novo Século) e, em breve, terei datas para Sorocaba, São Paulo, Curitiba e, quem sabe, mais cidades! Conto com vocês!


Um beijo a todos os que permitem que meus sonhos e minhas histórias continuem vivas!


Entrevistada por: Natália Eiras

22 comentários

  1. Adorei a entrevista *-*
    Eu ainda não li o primeiro livro dela, mas vi que foi bastante elogiado. Agora que quero ler Quero ser Beth Levitt!
    Fiquei curiosa pra ler o livro que ela indicou “A Lição Final”
    Sucesso pra ela!!!!!

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  2. Eu li o primeiro livro publicado e realmente mexeu comigo, Caroline sem dúvida é um guerreira...


    http://florescerepalavrear.blogspot.com.br/

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  3. Gostei muito da entrevista. Parabéns à entrevistadora e à entrevistada.
    Abs.

    www.almeidameprosa.com.br

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  4. De fato a J.K. é um exemplo pra todos os autores e para as pessoas que querem começar a escrever um livro e estão dispostos a ter todo aquele extresse com publicação e etc... Enfim, adorei a entrevista, a autora é bem simpática e fiquei curiosa pelo novo projeto.

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  5. Amei a entrevista! A autora é super simpática! Que ela obtenha muito sucesso na sua caminhada. Ainda não li seus livros mas me interessei bastante.

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  6. Gostei bastante da entrevista.
    Ainda não li nada da autora, mas li diversas resenhas positivas sobre O pássaro e fiquei bastante curiosa para conhecer a história.
    Quero ser Beth Levitt parece ser interessante também e vou procurar saber mais sobre ele.

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  7. A Samanta é uma fofa, tive o prazer de conhecê-la em um evento literário!
    Adorei a entrevista e estou ansiosa pela Bienal, para comprar autografado, Quero ser Beth Levitt!

    Beijinhos

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  8. Querida Natália

    Muito obrigada pelo convite para a entrevista, fiquei feliz em fazer parte do seu blog com minhas palavras, pensamentos e novidades!!

    Muito sucesso ao blog sempre :)

    Beijos!
    Sam

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  9. Oi, amei a entrevista com a Samanta.
    Ah, e achei muito criativa as suas perguntas. Parabéns.
    Beijos
    http://marlicarmenescritora.blogspot.com.br/

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  10. Fiquei muito curiosa para ler Quero ser Beth Levitt! *-*
    Gostei de conehcer mais a autora tambén (:

    beijos

    http://tamigarotaindecisa.blogspot.com.br/

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  11. Amei a entrevista!!
    Como a Samanta é bonita néah e talentosa ♥
    Morro de vontade de ler o pássaro mais ainda não tive a oportunidade. as criticas sobre o trabalho dela são bem positivas e estou mais ansiosa ainda em relação Quero ser Beth Levitt,a capa é tão linda!!
    Beijos

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  12. Gostei da entrevista ela parece ser fofa.Não li o primeiro livro dela mas lembro de quando foi lançado e as resenhas começaram a surgir o quando a recepção foi positiva.

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  13. Parabéns pela entrevista, gosto muito de conhecer um pouco mais dos autores brasileiros.

    Vou ficar de olho no livro.
    Estou seguindo seu blog para acompanhar as atualizações e sempre que puder fazer uma visita.

    Abraços

    http://reaprendendoaartedaleitura.blogspot.com.br/

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  14. Bom saber mais de O Pássaro, vi tantas resenhas boas dele que dá vontade de saber mais da autora e do livro, bom ver isso na entrevista. E esse novo? Querendo ver mais dele, já está dando o que falar entre a blogosfera, espero que seja tão bom quanto o outro.

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  15. Ótima entrevista, a autora é muito simpática. Estou doida pra ler esse livro.

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  16. Todo mundo fala tanta coisa boa sobre a Samantha Holtz e seus livros que tenho cada vez mais vontade de ler seus livros. Muito legal a entrevista, adoro este espaço onde é possível conhecer um pouco mais sobre os autores.

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  17. Parabéns pela entrevista!!
    Estou muito curiosa para ler o novo livro dela!!! A capa é linda!!

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  18. Nossa, é a primeira entrevista na qual a autora me encantou com suas respostas. Posso gostar de vários autores nacionais, mas muitos deles não me deixaram animada em suas entrevistas como a Samanta Holtz. E sabe qual é a ironia? Não conheço nenhum livro dela. :O
    O Pássaro me pareceu muito interessante e já incluí entre meus livros desejados (rs) e Quero ser Beth Levitt já estava entre eles SEM SABER que era dela! Que coisa, não? (rs)
    Adorei a maneira como ela se expressa pessoalmente. Tenho certeza de que a adorarei como autora também. Ótima entrevista. Boas perguntas. :) Renderam opiniões bastante interessantes, flor.

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  19. A Samantha é uma super fofa! fiquei ainda mais curiosa para ler Quero Ser Beth Levith a garota dentro de mim sempre sonhou com um principie da Disney, se bem que ao meu modo, eu encontrei. :)

    beijos

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  20. Amei a entrevista. Já tive a oportunidade de falar com a autora e só posso dizer que ela é uma fofa e super simpática. Vale a pena bater um papo com ela :) Quero ler algo dela em breve.

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  21. Gostei da entrevista, a autora parece super legal, morro de vontade de ler os livros dela, mas aja tempo e dinheiro pra ler tudo que quero rsrs

    bjos

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