22 de maio de 2014

Nós, Os Deuses por Bernard Werber

Autor: Bernard Werber
Editora: Bertrand Brasil
ISBN: 9788528615784
Ano: 2014
Páginas: 434
Classificação:  
Em algum lugar muito, muito distante, no planalto de uma ilha conhecida pelo nome de Aeden, localiza-se a cidade de Olímpia. Ali funciona a Escola dos Deuses, uma inusitada instituição sob o comando dos doze deuses da mitologia grega, responsáveis por ensinar aos seus aprendizes uma arte que requer talento, criatividade, inteligência, sutileza e intuição: a arte de ser deus.Após evoluírem em suas vidas como mortais e desempenharem satisfatoriamente a função de anjo da guarda, os 144 alunos-deuses receberam a missão de gerenciar multidões humanas. Para isso, cada um deles é encarregado de cuidar de uma população, ajudá-la a desenvolver instintos de sobrevivência, criar cidades, guerrear, inventar religiões.Entre os escolhidos para essa nova turma de estudantes divinos estão figuras anônimas, como o protagonista Michael Pinson e seus amigos Edmond Wells e Raul Razorback, e personalidades ilustres, como Marilyn Monroe, Édith Piaf, Gustave Eiffel, Joseph Proudhon, Sarah Bernhardt, e muitos outros.Mas eles logo descobrem que não à toa a profissão de deus é considerada a mais difícil das atividades. Todos precisam lidar com a influência de seus mestres – entre eles Afrodite, a deusa do Amor, que desperta em Michael uma paixão arrebatadora – e com a presença de um deicida desconhecido, que resolve eliminar um a um os próprios colegas.Além disso, os segredos da Ilha de Aeden despertam muita curiosidade, e os alunos-deuses estão dispostos a arriscar o que for preciso para descobrir, principalmente, o que é a brilhante luz no alto da montanha e que parece vigiá-los. O que será que aquilo significa? Certamente nem todos sobreviverão para desvendar esse mistério.

Já começo revelando que esse livro me fez amá-lo e odiá-lo ao mesmo tempo, rs. Ao longo da resenha vocês vão entender o porquê, e até talvez concordar comigo. Aconselho à todos a leitura desse livro, pois mesmo com seus altos e baixos, não deixa de ser uma leitura muito importante, cheia de curiosidades e ensinamentos.



O livro começa de uma forma muito interessante e inteligente. Michael Pinson nosso personagem principal, nos conta que era um anjo (um espírito que já "cumpriu" sua missão na terra, e saiu do ciclo das reencarnações). Como forma de anjo ele não deveria sentir seu corpo em carne, ossos e etc.

Logo no início ele aparece perdido nessa ilha Aeden, sem saber porquê ele está ali e nem o motivo de ter voltado a forma humana. Ele volta a sentir dor, frio, calor e tudo que os seres humanos são capazes de sentir, ou seja, desde o início da trama o autor já consegue prender nossa atenção. Como o livro é narrado em primeira pessoa, ainda vivemos juntos com Michael toda sua confusão e a busca da razão de estar passando por aquele momento. Para aumentar a curiosidade do leitor, logo no início Michael presencia um assassinato; Júlio Verne é encontrado por ele a beira da morte e diz para Pinson evitar ir ao alto da montanha, onde se encontra uma misteriosa luz.

O livro no início se mantêm num ótimo ritmo.
Michael finalmente descobre que é um aluno-deus, chegando na cidade de Olímpia, onde também somos apresentados a diversos personagens, uns mais diferentes e complexos que os outros. É de se estranhar ler um livro onde temos Marilyn Monroe, Rousseau e vários outros nomes conhecidos da história real.
Logo nos é dito que existem na cidade 144 alunos-deuses, e que todos participariam de aulas para aprender como ser um Deus, só que adivinha quem são os professores? Óbvio! Poseidon, Afrodite, Ares, Hermes e tantos outros deuses olímpicos que conhecemos. Mas nem todos esses alunos são boas pessoas, e assassinatos começam a ocorrer. Alguém começa a atacar os alunos que tiram as melhores notas nas aulas do dia-a-dia. E outro mistério nos é jogado: os Deuses falam que Michael talvez fosse "aquele que se era esperado".

Na tentativa de descobrir o que se encontra no alto da montanha, Michael e seus amigos dão escapadas noturnas e vivem altas aventuras, como lutas com sereias, quimeras gigantes e outras criaturas nunca vistas por eles. O que não faltava mesmo no livro era mistério, e como se já não bastasse Afrodite (paixão platônica de Pinsen), lhe dá uma charada para desvendar e fez com que eu mesmo ficasse horas pensando em como solucionar tal enigma.

Mas como nem tudo são flores, infelizmente o livro que estava num ritmo maravilhoso, impaca na metade e parece que não anda mais!

Eu lia, lia e lia e nada acontecia. O autor nos enrolou durante umas 250 páginas nessas aulas. Todo o mistério apresentado no início do livro, permaneceu para o segundo volume. Nada foi revelado, nem uma pontinha de esperança para continuação, já que achei o final fraquíssimo.
Até a metade do livro estava tudo ÓTIMO, cinco estrelas fácil e talvez ainda colocaria a obra entre meus favoritos. 
Vou explicar o por quê: O livro fala muito sobre espiritualidade e esbarra em muitos conceitos de fé e com a difícil discussão do que é ser um Deus! Se você, leitor, não tiver uma mente aberta para lidar com as atitudes dos Deuses, aconselho que nem tente ler o livro porque há alguns absurdos que eles fazem que nós ficamos sempre questionando se isso é realmente a atitude de um Deus.
Como por exemplo:
Durante as aulas, cada aluno ganha um povo para criar no planeta chamado "Terra 18". Cada povo desse planeta era cuidado por um dos alunos-deuses, que por meio de médiuns, gatos, fenômenos da natureza, entravam em contato com suas tribos e faziam elas prosperarem. Aqueles que não conseguissem seriam excluídos das aulas e transformados em quimeras (centauros, sereias, leviatã) e muitas das vezes os próprios Deuses prejudicavam povoados de seres humanos, encorajavam a guerra, a deslealdade e a covardia.

Muito há o que se discutir sobre o livro, eu mesmo adorei o modo como o autor faz a gente refletir sobre nossa vida, sobre o que há depois dela e etc. Só que o livro fica só nisso, aulas depois de aulas, mostrando o que cada aluno fazia para desenvolver o planeta. Chega a ficar muito maçante e chata. Parece que o autor ficou com medo de falar coisa demais no primeiro volume, que resolveu dar uma boa puxada no freio de mão e estacionou a dinâmica do livro até o final, que acabou sem surpresas e sem muitas expectativas. 
Nós, Os Deuses, no final de tudo é um bom livro, com ótimas propostas de discussão e de reflexões, mas que deixou a desejar do meio para o final. 


16 comentários

  1. Apesar do comentado arrastamento do meio para o fim... iquei muito interessado por esse livro... parece ser bom apesar de tudo...

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  2. cara gostei da ideia do livro, particularmente curto livros nesse estilo. acho que vale a pena dar uma conferida :)

    Seguindo o Coelho Branco

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  3. fiquei encantada com a proposta do livro e com seus comentários sobre ele. Mas, um pouco triste, ao saber que do meio em diante a estória fica perdida. Esperava mais. Quem sabe, eu me arrisque assim mesmo e o leia? Beijos.

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  4. Também fiquei interessado pela história. Vou colocá-lo em minha listinha...

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  5. Sua resenha foi ótima!
    Mas não gostei da história, não!
    Só leria se ganhasse, mas não compraria.

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  6. Mesmo que com todos os pontos positivos, esse gênero não chama a minha atenção, então não me interessei muito. Mas não posso deixar de comentar sobre a linda capa e esse tema de reencarnação abordado de uma maneira bem diferente.

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  7. Olá, Diego
    Gostei muito da sua resenha. Achei bem interessante esse livro por falar da Mitologia Grega. Gostaria muito de ler, mesmo sendo um pouco lento o ritmo do livro. A capa é muito bonita.

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  8. Diego!
    Sou fissurada por ficção e misturada com mitologia, a meu ver, é o livro perfeito.
    Amei sua resenha e fiquei bem curiosa.
    cheirinhos
    Rudy

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  9. Q pena que o livro te desapontou, mas eis acho que leria, mas só depois que lançarem todos os livros.

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  10. Uma pena que o livro perdeu o fio da ideia e deixou a desejar.
    Bjs, Rose.

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  11. Uma pena que o final ficou um pouco fraco. Mas adorei o livro, adoro o tema e fiquei super interessada.

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  12. Eu adoro livro de mitologia, mas, misturada com mediuns, videntes, nao sei nao. Eu adoro séries, mas, um livro tem que começar e terminar um enigma ou segredo no mesmo livro, nunca deixar para os próximos, acho que me sentiria meio enganada sendo obrigada a comprar a continuação.

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  13. Quando eu vi o lançamento, de primeira achei bemmm interessante.
    Mas após ler algumas resenhas e ver todo o conteúdo, não me chamou tanto a atenção assim =/ Então acho que não leria no momento.

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  14. Amo mitologia de paixão desde a época da escola, mas não me interessei tanto por esse livro :/
    Vou procurar saber mais sobre ele, e se bater um sentimento vou ler hahaha

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